Como a saída do Reino Unido da União Europeia afeta a economia brasileira

Após mais de 50% dos britânicos terem votado a favor da saída do Reino Unido da União Europeia no último referendo realizado no dia 23 de junho, os impactos econômicos e políticos gerados pelo desligamento é maior que 2,4% de sua fatia no PIB global. Além de colocar em risco a própria existência do bloco, gerando consequência direta em acordos de livre comércio que hoje são negociados, como o do Mercosul, por consequência, afetando a economia brasileira.

Empresas e empreendedores brasileiros que fazem do Reino Unido seu “hub” são os mais impactados com esse desmembramento. E, com o cenário de incerteza, será muito mais complicado para se fazer negócios e investir. Segundo o jornal Financial Times, Londres era o eixo central de acesso ao mercado europeu, tanto que várias organizações, ao se estabelecerem na eu, sempre abriram sua filial no país. Com a saída do Reino Unido, o mercado será muito mais abotoado.

Uma boa notícia é que o Reino Unido é um forte apoiador no acordo de livre comércio Mercosul/União Europeia, já que o governo do primeiro-ministro David Cameron olhava o tratado com bons olhos e estabelecia menos pressão do que outros países pertencentes ao bloco, como a França.

A União Europeia é o principal parceiro comercial do Brasil, superando até China e Estados Unidos. Com o desligamento, muitas incertezas e questionamentos surgem sobre o mercado europeu, especialmente para os países que têm uma forte reação econômica com a UE.  Por isso, nem o acordo de livre comércio entre Reino Unido e Mercosul poderia contrabalançar essa incerteza que gera para o mercado uma expectativa negativa com sua saída.

O governo interino de Michel Temer já discute o avanço nas negociações entre Mercorsul e União Europeia. O professor e pesquisador de relações internacionais Oliver Stuenkel aponta que o acordo é um dos pilares estratégicos para restauração da economia brasileira e como a “Brexit”, como é chamado o movimento de separação, é vista de forma negativa para o governo, que já admite que o crescimento na economia vai ser mais baixo este ano.

A economia global deve passar nos próximos meses por uma boa chacoalhada. O The Gardian apurou que a libra perderia, no mínimo, 15% de seu valor, possivelmente mais de 20% frente ao dólar. Em uma situação de instabilidade financeira, o investidor busca um porto seguro e, no caso, utilizaria a moeda americana ou o iene. O empreendedor brasileiro que estiver investindo o seu capital em dólar vai lucrar em curto prazo, mas, após o baque, o mercado financeiro poderá sentir uma acomodação no mercado financeiro.

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