Como surgiram as certificações no mercado financeiro?

Em 2002, o debate sobre a necessidade de introduzir mecanismos de regulação na atividade bancária no Brasil se aprofundou. Naquele ano eleitoral, o mercado financeiro sofreu uma significativa instabilidade devido à incerteza do futuro da economia, época em que a taxa de câmbio chegou próximo de R$ 4/US$.

Os ativos financeiros foram muito afetados, houve casos de retornos negativos em aplicações consideradas muito conservadoras, como Fundos Renda Fixa ou Referenciados DI. O resultado: grandes volumes de resgates, investidores bastante apreensivos e inseguros quanto às características dos produtos de investimento.

Esse episódio expôs, de certa forma, a falta de conhecimento dos funcionários bancários em relação aos produtos de investimentos que ofereciam aos clientes.

Com a resolução 3.158 de 2002, o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central passaram a exigir dos profissionais do mercado financeiro – voltados ao atendimento – a comprovação do seu conhecimento por meio de exames de certificação, que são organizados por entidades de reconhecida capacidade técnica.

CPA-10 e CPA-20

No mesmo ano, a então Anbid, hoje Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), criou o Programa de Certificação como um dos pilares para o desenvolvimento sustentável do setor.

Inicialmente, foi lançada a CPA-20 (Certificação Profissional ANBIMA – Série 20), que se destina a certificar Profissionais das Instituições Participantes que desempenham atividades de comercialização e distribuição de produtos de investimento junto a investidores qualificados. Na época em que a certificação foi lançada, esses investidores eram aqueles que possuíam mais de R$ 300 mil para aplicar. Hoje, o valor mínimo é de R$ 1 milhão.

Pouco tempo depois, foi criada a CPA-10 (Certificação Profissional ANBIMA – Série 10), com um programa menos robusto, que se destina a certificar o mesmo público-alvo, mas que não atende investidores qualificados. Em outras palavras, a CPA-10 se destina a profissionais que atendem investidores com volumes menores para aplicação e, por esse motivo, possui um programa menos amplo que o da CPA-20.

A iniciativa foi tão promissora que hoje existem mais de 90 mil profissionais com a certificação CPA-20 e praticamente 350 mil com a certificação CPA-10.

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